Esta definição engloba a "reprodução sexual" das bactérias, de muitos protistas e dos fungos, sem que haja a necessidade de definição de sexos. Também se chama este tipo a reprodução sexual indiferenciada.
Nos restantes organismos vivos, a reprodução sexual assume formas diferentes, especialmente entre os animais e as plantas.
Reprodução sexual indiferenciada
Nas bactérias e, em geral, em muitos seres unicelulares de sexo indiferenciado, duas células aparentemente iguais conjugam-se, combinam o material genético de ambas (normalmente o DNA), formando um zigoto que normalmente sofre meiose para produzir duas ou mais células iguais às progenitoras.
Em muitas espécies de fungos – geralmente haplóides – as hifas de dois "indivíduos" conjugam-se para formar uma estrutura onde, em células especiais, se dá a conjugação dos núcleos e posteriormente a meiose, para produzir esporos novamente haplóides que vão dar origem a novos "indivíduos". Noutros casos, são libertadas células sexuais iguais e móveis – isogâmetas – que se conjugam. (Os fungos são actualmente considerados como pertencentes a um reino separado das plantas e dos animais).
Reprodução sexual nos animais
Nos animais mais familiares para o Homem, a reprodução envolve a união de dois seres de sexos diferentes – o macho e a fêmea, o primeiro dos quais transfere para a segunda a "sementinha" que vai dar origem a um... bébe, um filhote!
Em muitos casos, como nos mamíferos, aves e répteis, a fecundação é interna, quer dizer, o óvulo encontra-se dentro do corpo da mãe e o pai tem aí que introduzir os espermatozóides, num ato chamado cópula. Em muitos animais, o macho possui para esse fim um órgão copulador que, nos mamíferos, se chama pénis.
Na maioria dos animais aquáticos, no entanto, a fertilização é externa: a fêmea liberta os óvulos na água (desova) e o macho liberta os espermatozóides igualmente na água.
As plantas (incluindo as algas, mas excluindo os fungos - ver "Reprodução Sexual Indiferenciada" acima) têm igualmente órgãos sexuais que produzem gâmetas, tal como os animais: o gâmeta feminino chama-se igualmente oosfera e é igualmente imóvel e o masculino chama-se anterozóide. A gónada feminina chama-se ovário (tal como os animais) e a masculina antera, nas plantas que produzem flores, as angiospérmicas. Noutros grupos de plantas, os nomes variam (ver musgo, samambaia, conífera).
Um dos problemas principais que os organismos vivos tiveram que resolver ao longo do processo evolutivo para tentarem "perpetuar" a espécie foi a sobrevivência de um número suficiente de descendentes.
Para além de eventuais situações de falta de alimentos e da predação, é necessário pensar que os recém-nascidos são geralmente muito mais sensíveis que os adultos às variações do meio ambiente, como a temperatura, ventos, correntes oceânicas, etc.
Estratégias de reprodução dos animais
Uma vez que são "descendentes" das bactérias e dos protistas, os animais começaram como ovíparos, ou seja, o zigoto, com maior ou menor protecção, é lançado no mundo, à sua sorte. Nos animais actuais, a maioria dos invertebrados e dos peixes são ovíparos.
As estratégias para a sobrevivência desses zigotos – e dos embriões que deles resultam – incluem:
> a produção de um grande número de zigotos;
> o desenvolvimento de estados larvares bem adaptados ao meio ambiente; ou
> os cuidados parentais – um ou ambos os progenitores cuidam dos ovos até estes eclodirem ou mesmo até as crias atingirem um tamanho que lhes permita sobreviver por si próprias – é o caso da maioria das aves e mamíferos e de alguns peixes.
> numa primeira fase, o ovo de facto recebe apenas a protecção física da mãe em relação ao meio ambiente; o ovo tem as suas próprias reservas nutritivas e o embrião desenvolve-se independentemente do metabolismo materno – ovoviviparidade.
> numa segunda fase, o corpo materno desenvolve um sistema, não só de protecção, mas também de alimentação do embrião (incluindo a passagem de anticorpos contra eventuais doenças), baseado no seu próprio metabolismo – viviparidade.
Uma consequência destas últimas estratégias é que o número de zigotos não pode ser muito elevado e a mãe não pode repetir o processo com tanta frequência; por outro lado, os embriões têm maior probabilidade de sobreviverem, enquanto a mãe prossegue a sua vida.
Chama-se a este tipo de desenvolvimento evolutivo seleção-K, enquanto que a estratégia de produzir um grande número de zigotos evoluiu segundo um processo de seleção-r.
Estratégias de reprodução das plantas
Nesta secção, consideram-se todas as plantas multicelulares no sentido genérico, ou seja, como estes organismos foram considerados por Lineu e pelos primeiros botânicos – incluindo os fungos, os musgos, as algas e as plantas verdes – porque todos estes grupos têm algumas características comuns no que respeita à reprodução.
Ao contrário dos animais, as plantas em geral têm uma grande capacidade de reprodução vegetativa, ou seja, assexual: as partes vegetativas (= não-reprodutoras) podem facilmente produzir uma nova planta. Por exemplo, um pedaço de hifa de um fungo transportada na pata de um cão ou de uma mosca pode produzir outro "indivíduo" da mesma espécie noutro local. Um pedaço do talo de uma alga arrastada pelas correntes oceânicas pode produzir uma nova alga noutro local onde as condições sejam adequadas. As plantas verdes rastejantes muitas vezes lançam estolhos que produzem raízes e se podem tornar independente da planta-mãe.
No entanto, todas as plantas – tal como os animais – necessitam da reprodução sexuada para o processo evolutivo, ou seja, necessitam de "renovar" o seu material genético. Mas nas plantas – ao contrário dos animais – os órgãos reprodutores se encontram em indivíduos diferentes dos órgãos vegetativos. A este processo chama-se alternância de gerações.
Mas é na dispersão das várias estruturas que as plantas geram para se reproduzir que encontramos maiores especializações:
- As espermatófitas (plantas que produzem sementes) desenvolveram estratégias para a disseminação dos seus produtos sexuais a dois níveis:
Pólen – os grãos de pólen são as estruturas que transportam os gâmetas masculinos e, para que estes possam fecundar os óvulos, têm formas de actuação diversificadas – diferentes tipos de polinização:
- A norma, entretanto, é a fecundação cruzada, em que o pólen duma flor deve fecundar o óvulo de outra ou, de preferência de outra planta diferente da mesma espécie, a fim de assegurar a recombinação genética; para este fim, os grãos de pólen são geralmente muito pequenos e leves, podendo ser transportados pelo vento (polinização anemófila), pela água (nas plantas aquáticas - polinização hidrófila), ou por animais (polinização zoófila), quer involuntariamente, como fazem os colibris quando vão beber o néctar da flor, quer voluntariamente, como fazem as abelhas e outros insectos, que se alimentam de pólen (polinização entomófila). Nestes últimos casos, o néctar ou outras especializações da flor são desenvolvimentos evolutivos destinados ao sucesso da reprodução sexuada.
Sementes – são as estruturas que resultam da fecundação e transportam o embrião que, em condições ambientais favoráveis, irão dar origem a plantas iguais. Para isso, as plantas desenvolveram durante o processo evolutivo várias estratégias, muitas das quais actuam ao mesmo tempo:
- Vida latente – os embriões das plantas podem ficar muito tempo sem se desenvolverem, enquanto as condições apropriadas de temperatura e humidade não surgem;
- Pericarpo lenhoso
- Dispersão das sementes
- Os outros grupos de plantas, incluindo as samambaias os fungos, os musgos e as algas disseminam-se por esporos, que são células haplóides com uma parede celular extremamente resistente produzidas por meiose em órgãos especiais – os esporângios.
1 Comments:
At 6:32 AM, Anonymous said…
esta muito bem a tua postagem... gostei principalmente da primeira imagem... devia a ter visto antes do teste, talvez ajudasse mais :S lol
mas tas de parabens...
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