A tradução ocorre em três etapas (iniciação, alongamento e terminação), nas quais a informação presente no mRNA e organizada em codões (conjunto de 3 nucleótidos) é reconhecida pelos anticodões presentes nos tRNA’s que transportam os resíduos de aminoácidos. Cada codão do mRNA e o respectivo aminoácido são incapazes de se “reconhecer” mutuamente, sendo necessário um “adaptador” que possibilite esse reconhecimento. Esta função de “adaptador” é então executada por moléculas de tRNA que servem de ponte entre os aminoácidos e o mRNA, de forma a ser permitida a tradução da informação codificada no mRNA, em proteína nos ribossomas.
O processo de síntese proteica é iniciado em geral pelo codão AUG (codão de iniciação) que específica, tendo por base o código genético, o aminoácido metionina. Todas as proteínas recém-sintetizadas contêm metionina como primeiro aminoácido, que é frequentemente clivado pouco depois por uma amino peptidase.
A tradução é iniciada com a formação de um complexo de iniciação ao nível do codão de iniciação (AUG), que consiste na cadeia de mRNA, num tRNA com o anticodão complementar (UAC) e carregado com o primeiro aminoácido (metionina); e na ribossomal 40 S, ligados numa sequência de reconhecimento específica do mRNA (terminal cap). Nos eucariontes, o tRNA iniciador (tRNAMet) é inicialmente posicionado na subunidade 40 S com a ajuda de um factor de iniciação (eIF), ainda antes da ligação ao mRNA.
As duas subunidades do ribossoma contêm 3 locais adjacentes para a associação às moléculas de tRNA: locais aminoacilo (A), peptidilo (P) e de saída (E). No decorrer do processo, as moléculas de tRNA ligam-se numa primeira fase ao local A, sendo depois deslocadas para o local P e finalmente para o local E.
O alongamento tem início quando o anticodão do segundo aminoacil-tRNA encontra o local A, complementar do codão do mRNA existente nesta posição. Este processo é dependente de ATP e de determinados factores de alongamento. Simultaneamente, o primeiro t-RNA é deslocado para o local P (e libertado posteriormente através do local E) ficando o peptidil-tRNA na posição A. Seguidamente, o ribossoma desloca-se uma distância equivalente a um tripleto, em relação ao mRNA, o que expõe o codão seguinte (local A) e permite a aceitação de um novo aminoacil-tRNA no local A.
A terminação da síntese da cadeia peptídica ocorre quando, ao nível do local A, surge um dos codões de terminação (UAA, UAG e UGA). Para cada um dos referidos 3 codões não existe correspondência para nenhum dos aminoácidos (ver código genético) e a síntese proteica é bloqueada. A terminação requer um factor de dissociação (e-RFn), que se liga ao ribossoma na presença de ATP. Com a formação deste complexo, o factor de dissociação tem a capacidade de reconhecer o codão de terminação e induzir a hidrólise da ligação aminoacil simultaneamente com a hidrólise do ATP com subsequente libertação do polipéptido e do complexo RF+GDP.
Posteriormente à sua síntese, a proteína nascente pode sofrer modificações pós-tradução (proteólise parcial e glicosilação), as quais são essenciais para que essa mesma proteína se possa tornar biologicamente activa.
Tal como nos processos de replicação e de transcrição, existem diferenças entre eucariontes e procariontes, no que se refere à tradução.
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